Igualadas a crianças e escravos, as mulheres sofriam preconceitos, sendo oprimidas e exploradas pelos homens, já que eram consideradas inferiores aos mesmos. A sociedade excluia a mulher da sua formação capitalista e política.
A partir do século XX, graças ao fato da mulher se inserir na sociedade industrial, foram criados movimentos nomeados ''feministas'', de cunho ideológico, com o objetivo maior de desnaturalizar a ideia de diferença entre os gêneros.
A publicação de ''O Segundo Sexo'' na década de 60, de Simone Behavoir, foi importantíssimo para a fundamentação dos movimentos feministas. Neste livro a autora demonstra que a hierarquização presente entre os homens e mulheres não se tratava de uma questão biológica, mas sim de uma construção social.
As três primeiras correntes do feminismo que ganharam destaque foram:
- Feministo Liberal: teve como objetivo garantir a igualdade em todas as esferas sociais, políticas e econômicas, sendo contra o capitalismo patriarcal.
- Feminismo Radical: há questionamentos sobre o trabalho doméstico e o papel que a mulher realizava na familia. A grande diferença entre o Feminismo Liberal e o Radical é que o último identifica os homens como os agentes da opressão, e não mais o sistema político.
- Feminitude: exigiam a valorização feminina, principalmente quando ligada à maternidade e a aspectos biológicos.
Outra crítica seria a desconsideração das diferenças biológicas realmente existentes. De fato, não é possível negar que homens e mulheres são diferentes e, portanto, devem ter direitos diferentes. Um exemplo disso é a licença maternidade, na qual a mulher recebe meses sem trabalho e o homem apenas alguns dias, algo que é realmente um privilégio para o sexo feminino.
Se nós, mulheres, somos tratadas com respeito pelos homens, é porque no passado várias mulheres lutaram e até perderam a própria vida para exigir direitos iguais. Entretanto, a luta ainda continua: vários casos de mulheres apedrejadas por serem estupradas, casos de espancamento e violência contra o sexo feminino continuam ocorrendo em grande número.
Uma das grandes injustiças contra a mulher que persiste no mundo atual está no Irã e em outros países do Oriente Médio , onde as mulheres não podem pedir divórcio: este se realizará apenas se o homem desejar. Além disso, nesses mesmos locais, as mulheres não podem sair de casa sem serem acompanhadas por um homem e nos ônibus eles têm que andar na parte da frente e elas na de trás, enfatizando ainda mais a ideia de diferença entre os sexos. Já no ocidente, um exemplo de injustiça é o aborto: é a mulher quem carrega o bebê e é a mesma que o cria sozinha e, mesmo assim, o aborto é proibido.
Um caso contundente a ser citado aqui é a da jovem Aisha Ibrahim Duhulow, de apenas 13 anos, que foi no dia 27 de outubro de 2008 morta por apedrejamento, o qual fora realizado por 50 homens e assistido por 1000 pessoas. O motivo do apedrejamento foi adultério. Porém, o grande problema nisso é que o adultério ocorreu porque ela foi estuprada por três homens que eram casados.
Deixo então abaixo exemplos de mulheres que vêm conseguindo o espaço que antes pertencia apenas aos homens, para servirem de inspiração para nós:
PS: O objetivo das mulheres não é ocupar o espaço dos homens, mas sim fazer parte dele
As três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz de 2011. |
Ellen Sjohnson-Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman foram as três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz em 2011. O presidente do comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland, declarou que as três foram "recompensadas por sua luta pacífica pela segurança das mulheres e de seus direitos de participar nos processos de paz".
Dilma Rousseff. |
Na foto acima está Dilma Rousseff, economista que faz parte do PT. Ganhou espaço no cenário brasileiro por ser elegida como presidente, sendo então a primeira presidente mulher do País. Ela está no terceiro lugar no ranking das mais poderosas do mundo, formulado pela revista americana Forbes, ficando atrás apenas da Angela Merkel (primeira-ministra alemã) e da Hillary Clinton (secretária de Estado dos EUA).
Severina Maria da Silva. |
Pobre, negra e mulher, Severina Maria da Silva encomendou a morte de seu pai e mesmo assim foi absolvida pelo juri. O motivo dessa decisão jurídica foi porque desde seus 9 anos ela era agredida pelo pai - algo que durou mais de 28 anos. Além disso, não apenas ela, mas suas filhas também sofriam abusos e agressões físicas. E finalmente quando seu pai tentou abusar de uma de suas netas, ela mandou matá-lo.
Severina é um exemplo de fim da impunidade, que muitas vezes é permitida pelas próprias mulheres. Ela superou todos seus medos, mandou matar o pai e depois ainda confessou seu crime à polícia. Deixo aqui a frase de um ótimo blog (clique aqui para vê-lo):
''SEVERINA NÃO MANDOU MATAR UM “HOMEM”. ELA MANDOU MATAR UM “DOENTE”. É BEM DIFERENTE. ''
Tanya Rosenblit. |
Em dezembro de 2011, a israelense Tanya Rosenblit pegou um ônibus para Jerusalém, porém, logo após ela sentar na parte dianteira do ônibus, vários homens ultraortodoxos exigiram que ela se deslocasse para a parte traseira. Então Tanya afirmou aos homens que todos tinham o mesmo direito de viajar naquele ônibus, pois, assim como eles, ela também tinha comprado sua passagem, onde não estava escrito nada sobre o local que ela deveria se sentar. Após os homens impedirem o ônibus de continuar seu trajeto só porque a mulher não estava no ''local correto'', a polícia interveio e disse que aqueles que não concordassem com a decisão de Tanya poderiam descer do ônibus.
Tanya então naquele dia representou um grande de papel de coragem, pois através da razão e da defensão de seus direitos, ela conseguiu um pouco mais de igualdade entre os homens e as mulheres.
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Após esses belíssimos exemplos, vou indo... Tenham uma ótima semana!
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