segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Entendendo um pouco mais - Feminismo.


Igualadas a crianças e escravos, as mulheres sofriam preconceitos, sendo oprimidas e exploradas pelos homens, já que eram consideradas inferiores aos mesmos. A sociedade excluia a mulher da sua formação capitalista e política.
A partir do século XX, graças ao fato da mulher se inserir na sociedade industrial, foram criados movimentos nomeados ''feministas'', de cunho ideológico, com o objetivo maior de desnaturalizar a ideia de diferença entre os gêneros.
A publicação de ''O Segundo Sexo'' na década de 60, de Simone Behavoir, foi importantíssimo para a fundamentação dos movimentos feministas. Neste livro a autora demonstra que a hierarquização presente entre os homens e mulheres não se tratava de uma questão biológica, mas sim de uma construção social.


 As três primeiras correntes do feminismo que ganharam destaque foram:
  • Feministo Liberal: teve como objetivo garantir a igualdade em todas as esferas sociais, políticas e econômicas, sendo contra o capitalismo patriarcal.
  • Feminismo Radical: há questionamentos sobre o trabalho doméstico e o papel que a mulher realizava na familia. A grande diferença entre o Feminismo Liberal e o Radical é que o último identifica os homens como os agentes da opressão, e não mais o sistema político.
  • Feminitude: exigiam a valorização feminina, principalmente quando ligada à maternidade e a aspectos biológicos.
O feminismo é alvo de várias críticas, entre elas está a comum confusão feita por muitas pessoas, inclusive mulheres, achando que esse movimento se trata de conseguir a supremacia das mulheres, de transformá-las em superiores aos homens, criando um pseudofeminismo vitimista, vigarista e hipócrita. Vitimista por colocar a mulher como sexo frágil e o homem como o único responsável pela condição inferior feminina; vigarista porque deseja que o homem seja subalterno às mulheres; e hipócrita porque defende o mesmo sexismo que lutam contra.
Outra crítica seria a desconsideração das diferenças biológicas realmente existentes. De fato, não é possível negar que homens e mulheres são diferentes e, portanto, devem ter direitos diferentes. Um exemplo disso é a licença maternidade, na qual a mulher recebe meses sem trabalho e o homem apenas alguns dias, algo que é realmente um privilégio para o sexo feminino.


Se nós, mulheres, somos tratadas com respeito pelos homens, é porque no passado várias mulheres lutaram e até perderam a própria vida para exigir direitos iguais. Entretanto, a luta ainda continua: vários casos de mulheres apedrejadas por serem estupradas, casos de espancamento e violência contra o sexo feminino continuam ocorrendo em grande número.
Uma das grandes injustiças contra a mulher que persiste no mundo atual está no Irã e em outros países do Oriente Médio , onde as mulheres não podem pedir divórcio: este se realizará apenas se o homem desejar. Além disso, nesses mesmos locais, as mulheres não podem sair de casa sem serem acompanhadas por um homem e nos ônibus eles têm que andar na parte da frente e elas na de trás, enfatizando ainda mais a ideia de diferença entre os sexos. Já no ocidente, um exemplo de injustiça é o aborto: é a mulher quem carrega o bebê e é a mesma que o cria sozinha e, mesmo assim, o aborto é proibido.
Um caso contundente a ser citado aqui é a da jovem Aisha Ibrahim Duhulow, de apenas 13 anos, que foi no dia 27 de outubro de 2008 morta por apedrejamento, o qual fora realizado por 50 homens e assistido por 1000 pessoas. O motivo do apedrejamento foi adultério. Porém, o grande problema nisso é que o adultério ocorreu porque ela foi estuprada por três homens que eram casados.
Deixo então abaixo exemplos de mulheres que vêm conseguindo o espaço que antes pertencia apenas aos homens, para servirem de inspiração para nós:
PS: O objetivo das mulheres não é ocupar o espaço dos homens, mas sim fazer parte dele

As três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz de 2011.
Ellen Sjohnson-Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman foram as três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz em 2011. O presidente do comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland, declarou que as três foram "recompensadas por sua luta pacífica pela segurança das mulheres e de seus direitos de participar nos processos de paz".

Dilma Rousseff.
Na foto acima está Dilma Rousseff, economista que faz parte do PT. Ganhou espaço no cenário brasileiro por ser elegida como presidente, sendo então a primeira presidente mulher do País. Ela está no terceiro lugar no ranking das mais poderosas do mundo, formulado pela revista americana Forbes, ficando atrás apenas da Angela Merkel (primeira-ministra alemã) e da Hillary Clinton (secretária de Estado dos EUA).

Severina Maria da Silva.
Pobre, negra e mulher, Severina Maria da Silva encomendou a morte de seu pai e mesmo assim foi absolvida pelo juri. O motivo dessa decisão jurídica foi porque desde seus 9 anos ela era agredida pelo pai - algo que durou mais de 28 anos. Além disso, não apenas ela, mas suas filhas também sofriam abusos e agressões físicas. E finalmente quando seu pai tentou abusar de uma de suas netas, ela mandou matá-lo.
Severina é um exemplo de fim da impunidade, que muitas vezes é permitida pelas próprias mulheres. Ela superou todos seus medos, mandou matar o pai e depois ainda confessou seu crime à polícia. Deixo aqui a frase de um ótimo blog (clique aqui para vê-lo):  
''SEVERINA NÃO MANDOU MATAR UM “HOMEM”. ELA MANDOU MATAR UM “DOENTE”. É BEM DIFERENTE. ''

Tanya Rosenblit.
Em dezembro de 2011, a israelense Tanya Rosenblit pegou um ônibus para Jerusalém, porém, logo após ela sentar na parte dianteira do ônibus, vários homens ultraortodoxos exigiram que ela se deslocasse para a parte traseira. Então Tanya afirmou aos homens que todos tinham o mesmo direito de viajar naquele ônibus, pois, assim como eles, ela também tinha comprado sua passagem, onde não estava escrito nada sobre o local que ela deveria se sentar. Após os homens impedirem o ônibus de continuar seu trajeto só porque a mulher não estava no ''local correto'', a polícia interveio e disse que aqueles que não concordassem com a decisão de Tanya poderiam descer do ônibus.
Tanya então naquele dia representou um grande de papel de coragem, pois através da razão e da defensão de seus direitos, ela conseguiu um pouco mais de igualdade entre os homens e as mulheres. 
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Após esses belíssimos exemplos, vou indo... Tenham uma ótima semana!


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